sexta-feira, 25 de setembro de 2009

CALARAM MAIS UM PROFETA NA AMAZÔNIA

Por Márcia Maria de Oliveira *

Na tarde escaldante deste dia 20 de setembro, milhares de pessoas, entre lágrimas e cantos, deram seu último adeus ao Pe. Ruggero Ruvoletto. O missionário de 52, da Diocese italiana de Pádua fora, covardemente, alvejado por um tiro certeiro, preliminarmente planejado nas rodas de "boca-de-fumo" do crime organizado de um dos bairros mais violentos da periferia da cidade de Manaus.
Na manhã do dia 19 de setembro, seu sangue profético regou o chão da Amazônia. O último gesto corajoso de Pe. Ruggero foi estampado na capa dos jornais da cidade: de joelhos junto de sua simples cama oferecera a Deus, em oração, talvez, seus últimos minutos de vida. Uma vida marcada pela missão corajosa junto aos mais pobres e excluídos da sociedade.
Desde que chegara à Amazônia no início de 2008, Pe. Ruggero iniciou sua caminhada de oblação. Com um histórico missionário de opção evangélica pelos mais pobres e esquecidos do nordeste brasileiro, em Manaus, foi designado a uma região da periferia da cidade. Aqui, encontrou inúmeros agentes de pastoral ansiosos por sua sábia ajuda. Também encontrou muitos desafios pastorais e um silêncio da população com relação à atuação do crime organizado do tráfico de drogas na região.
Sua missão, no início, desenvolveu-se timidamente num processo intenso de visita às famílias, de escuta, de abertura ao novo. Freqüentemente solicitava ajuda, nos nossos "debates sociológicos", para melhor compreender a dinâmica da cidade. Queria conhecer mais sobre os indígenas e ribeirinhos e entender porque continuam migrando, sempre em ordem crescente, para as periferias da cidade. Logo entendeu que a Amazônia vive um histórico de descaso dos poderes públicos nos municípios do interior e centraliza todos os bens e serviços nas capitais, principalmente na cidade de Manaus com seu fantasmagórico projeto de Zona Franca que canaliza todos os recursos federais para uma elite da indústria de montagem. Por isso essa realidade marcada pelo êxodo rural, pelos crimes ambientais, pelos conflitos agrários e pelas ocupações urbanas que indicam o grande déficit de políticas públicas de moradia, educação, emprego e segurança.
Sua presença simpática e acolhedora foi cirando laços de amizade e comprometimento. Sempre preocupado com as questões sociais, sugeriu a organização de um calendário permanente de debate sobre a situação das várias comunidades que atendia na Área Missionária Imaculado Coração de Maria (AMICOM). Sua intuição profética motivou várias iniciativas por parte das lideranças das comunidades e dos movimentos sociais na criação de espaços de formação permanente de lideranças tais como a Escola de Fé e Cidadania que abrange outras áreas. Não era presença somente na AMICOM. Logo passou a acompanhar a organização pastoral de outras áreas missionárias da Zona Norte da cidade. Passou a apoiar os organismos arquidiocesanos ligados à dimensão missionária e às Comunidades Eclesiais de Base.
Com uma prática litúrgica muito sensível e inculturada, fazia das celebrações eucarísticas momentos fortes de celebração da vida, das esperanças e do compromisso evangélico. Nas reflexões com os grupos nas comunidades ou nas famílias, embaixo das árvores, ou nas áreas externas nas pequenas casas, estava sempre atento aos clamores e lamentos das pessoas. Suas palavras davam novo alento e fazia o povo voltar a ter esperança em uma realidade marcada pela violência e pelo descaso das políticas públicas.
Depois de intensas reuniões e debates, juntamente com os agentes de pastoral, elaboraram uma carta-denúncia que foi lida, rezada e reformulada nas várias celebrações comunitárias. Na carta estava contido o clamor do povo que já não suporta mais tanta violência resultante do tráfico de drogas na região. Denunciava o descaso público para com a educação, o transporte coletivo, o abastecimento d’água e tantas outras deficiências por parte dos poderes públicos.
Com a carta-denúncia em mãos, o povo resolveu se pronunciar. Na manhã do dia 15 de agosto as ruas do bairro de Santa Etelvina foram tomadas pelos cantos e frases de protesto. Uma manifestação pacífica de centenas de pessoas cobrando o exercício pleno da cidadania. Esse dia marca o fim do silêncio e do medo histórico que amordaçava os moradores deste bairro. Durante a caminhada, Pe. Ruggero, o homem da palavra, não fez uso dos microfones. Sob um sol de quase 40 graus, acompanhou tudo de forma muito discreta, fotografando e distribuindo panfletos aos transeuntes e curiosos que saíam às portas para ver o povo passar.
Em dado momento, já na metade da manifestação, quando algumas pessoas lhe pediam para se pronunciar aos microfones, se aproximou e disse: "Márcia, estou pensando que é melhor eu não me pronunciar porque já vi passando algumas pessoas ligadas ao tráfico de drogas que vêm me ameaçando e me ‘aconselhando’ a deixar essas denúncias de lado. Eu lhe garanto que não vou deixar a luta porque já não é mais possível ficar calado diante de tanta violência e injustiça. Não agüento mais ouvir tantas mães desesperadas com seus filhos nas drogas sem poder fazer nada. Sei que é arriscado, mas não tenho medo".
Foi uma das últimas conversas que tivemos. Uma semana depois passou rapidamente por minha casa depois da celebração e comentou que estava animado com a repercussão da carta e da manifestação. Novamente afirmou que se sentia ameaçado por pessoas ligadas ao tráfico de drogas do bairro de Santa Etelvina que atuavam também nos bairros visinhos, especialmente no Lagoa Azul. Parecia muito preocupado, mas sempre destemido, reafirmava o compromisso com a causa da justiça. Como sempre fazia, pediu algumas orientações no campo sociológico. Queria entender por que a pouca polícia que atua nos bairros da periferia não inspira a confiança do povo? Por que os assaltos aos ônibus coletivos e residências continuam aumentando e por que o 12º Distrito Policial do Bairro continuava desativado e sem nada que o substituísse? Comentou ainda sobre o alto índice de assassinatos no bairro, quase todos ligados ao tráfico de drogas. Estava muito preocupado, principalmente com os jovens, vítimas das drogas e da prostituição. Ao se despedir toquei no assunto das ameaças. Olhou-me sereno e, sorrindo me disse: "estou tranqüilo. Sei que esse tipo de gente, quando quer matar, não manda recados".
Nas semanas que se passaram continuou se pronunciando sobre a necessidade da organização popular. Mas, parecia mais discreto do que o habitual. Talvez percebera que era preciso ter mais cautela pois estava mexendo numa "caixa preta" que envolve grandes traficantes e gente da polícia.
Após seu assassinato, a polícia trabalha com a suspeita de latrocínio. Pode ser que vão seguir com esta versão para não ter muito trabalho com a investigação. É mais simples afirmar que foi roubo seguido de assassinato. Muitos dos que estavam no velório também acreditam nesta versão. Talvez porque já estão habituados a acreditar em tudo o que a polícia diz, mesmo quando não se tem fundamentos convincentes. Entretanto, várias das milhares de pessoas que lotaram o ginásio de esportes do Santa Etelvina para se despedir do Pe. Ruggero, não acreditam nessa "orquestração". O povo sabe a verdade. Talvez tenha medo de dizer, mas o certo é que sabe que não foi nenhum "ladrãozinho", como afirma a polícia que alvejou o padre. Pode até ser que um ladrãozinho tenha sido contratado para disparar o tiro certeiro. Mas, todos sabem que por traz disso estão os controladores do tráfico que se sentiam incomodados com a atuação do Pe. Ruggero.
Desde que se espalhou a notícia, a comoção tomou conta de todos. Centenas de pessoas, durante todo o dia de sábado estiveram organizando o local do velório, preparando os cartazes de despedida, ensaiando os cantos e o último adeus. A chegada do corpo tomou a todos de grande comoção. Durante toda a noite de sábado e a manhã deste domingo, as comunidades se revezaram para prestar sua última homenagem. Algumas pessoas vinham de longe, trazendo flores dos seus jardins, como é costume na região. Uma adolescente "coroinha" trouxe pétalas vermelhas e espalhou ao redor do caixão. Chorava e falava baixinho com ele certa de que era escutada. Os idosos se aproximavam e o chamavam de "filho querido". Foram inúmeras as demonstrações de carinho e emoção junto ao caixão. Na celebração da oblação, um gesto muito forte: representantes das várias comunidades se aproximaram do caixão no momento do ofertório, o levantaram e o ofereceram ao altar da imolação. Nas falas e nos cartazes o destaque era o clamor por justiça.
Até a hora da despedida, o povo seguiu cantando "se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão!" Todos os momentos de oração e celebração foram marcados por muitos gestos que falavam por si e por cânticos alegres e muito bem cantados seguindo o ritmo das águas dos rios e da sinfonia da floresta e das coisas bonitas da Amazônia.
No início desta manhã, um sinal importante indicava que "a semente que caiu na terra vai logo brotar": Os agentes de pastoral da AMICOM e as lideranças dos movimentos sociais se reuniram logo cedo, ali mesmo, num cantinho do ginásio e formularam um pequeno panfleto exigindo justiça. Deliberaram as tarefas e em poucas horas, o folheto já havia sido digitado, fotocopiado e distribuído a todas as pessoas que estiveram na celebração enquanto alguns jovens saíram pelas ruas do bairro distribuindo-o a todos e convocando para uma manifestação no dia seguinte à missa de sétimo dia. O resumo do folheto afirma que a morte do Pe. Ruggero não será em vão. O último parágrafo é digno de reprodução neste breve ensaio: "Por isso gritamos que chega de violência! Queremos paz e ação enérgica do governo que tem sido incompetente e mentiroso afirmando que, por causa dele, devemos ter orgulho de ser amazonenses".
Resta concluir que o Pe. Ruggero é mais um mártir da Amazônia e que sua luta seguirá na vez e na voz de todos aqueles e aquelas que descobriram que sua esperança está na força da união. Essa gente, ninguém mais segura. Oxalá que o sangue derramado deste profeta regue o chão da Amazônia e produza muitos frutos de justiça.
Manaus, 21 de setembro de 2009.

* Socióloga e Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia. Coordenadora do Departamento de Educação do Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social - SARES

Fonte: Adital

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Informativo sobre o lançamento do subsídio "Caminhando nº23"


Dia 29 de setembro de 2009. As 19h30min na Igreja de Nossa senhora de Guadalupe em Curitiba. Durante a missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Moacir José Viti. Vai acontecer o lançamento do “caminhando nº23”; subsidio arquidiocesano para grupos de reflexão nas famílias para o ano todo, onde a equipe do Centro Cultural Conforti contribuiu na preparação de dois encontros a respeito da Paróquia Missionária.



Fonte: Centro Cultural Conforti

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Setembro, Mês da Bíblia


Há 38 anos a Igreja do Brasil celebra no mês de setembro o Mês da Bíblia. A celebração teve sua origem na arquidiocese de Belo Horizonte, em 1971, e foi se espalhando para todo o Brasil.
O objetivo do mês da Biblia, segundo a assessora da Comissão Bíblico-Catequético da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Maria Cecília Rover, é infundir no povo a convicção de que a Palavra de Deus é, por excelência, o livro que deve ser inserido na vida de cada pessoa. Fazer com que as famílias sintam necessidade de ter uma Bíblia em casa e incentivar a reunião das comunidades para o estudo e a vivência da Palavra de Deus.
“A centralidade da Palavra de Deus tem impulsionado a vida e a ação evangelizadora da nossa Igreja. A redescoberta da Sagrada Escritura e o seu uso constante por todas as Igrejas Cristãs no Brasil tem sido muito significativo para o processo e crescimento da experiência da fé das comunidades espalhadas pelo nosso imenso país”, afirmou a assessora da CNBB.
Sobre o mês da Bíblia, o membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Jacinto Bergmann, explica que setembro é dedicado de forma especial “à Palavra de Deus”, e que o período é um estímulo para os fiéis se tornarem responsáveis pela causa de Jesus por meio do discipulado. “Isso também nos ajudará a sermos mais discípulos missionários de Jesus Cristo - Caminho certo, Verdade segura e Vida plena”, enfatizou.
Para este ano o livro proposto é a Carta de São Paulo ao Filipenses, cujo tema é “Alegria de servir no amor e na gratuidade” e o lema: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5).

Fonte: CNBB

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ABRAÇANDO UMA NOVA CULTURA


O estudante xaveriano Angelo José Cartelli Junior, após ter feito o noviciado e consagrar-se a Deus, partiu para a missão. No dia 23 de Agosto, ele deixou o Brasil e partiu para Filipinas, Manila. Nesta nova realidade missionária, ele realizará seus estudos teológicos em preparação para sua ordenação sacerdotal. Depois de duas semanas na sua nova comunidade xaveriana, Angelo nos escreveu para falar um pouco sobre seu primeiro contato com a cultura que deseja abraçar:

Olá Comunidade!

Hoje Fez uma semana que estou em Manila: Filipinas. È ainda muito cedo para falar, mas desde já partilho esse momento que vem sendo muito especial para mim. Fiz uma viagem tranqüila e sem problemas.
O ato missionário de “atravessar a outra margem” não é fácil, mais do que coragem é um ato de fé. Na travessia do mar percebemos que tiramos os pés de algo sólido, seguro e conhecido. Algo que amamos, e que deixamos. Mas com o sentimento de expectativa, aguardando avistar o outro lado da margem.
Ao chegar e por os pés no chão, iniciamos pequenos passos, mesmo que ainda tímidos e inseguros. Todavia sinto-me bem acolhido, sem falar o carinho da comunidade para comigo, em especial do Pe. Everaldo, ou melhor, Pe. Aldo como preferem chamá-lo aqui. É uma pessoa que me ajuda muito, em especial na questão da comunicação.
Acredito que a experiência mais bonita da teologia, qual venho começando a fazer; é o encontro entre as culturas. Quem diria que um dia estaria na mesa junto com um filipino, indonesiano, bengalês, congolês, camaronês, italiano e um mexicano. Afinal são oito nacionalidades. Que riqueza! Que oportunidade rara! A comunidade junto com quem já fez esse caminho instrui a dar passo por passo, com bastante tranqüilidade e serenidade. Assim venho caminhando.
A respeito das Filipinas e do povo filipino tive algumas oportunidades de sair andando pelas ruas. No mercado, não tem como eles não perceberem que ali passa um estrangeiro, alguém diferente; pois eles tem uma afeição própria e típica do filipino. Em algumas regiões todos colocam na frente das casas, um pequeno comércio, fazendo do local um grande mercado. É um país como qualquer outro, que tem dentro de si: primeiro, segundo e terceiro mundo; situações de desigualdades lamentáveis.
Assim como há regiões precárias que assustam, há regiões bonitas, que transmite dignidade e encanto. O que não falta em Manila é shopping, são estruturas enormes e belíssimas, que praticamente nunca vi algo semelhante no Brasil. Terça-feira, dia 1º de setembro, começa o curso de inglês, estou bastante animado. Desejo para vocês uma boa caminhada e um ótimo EFOX, estarei sempre rezando por vocês aqui do outro lado do mundo.

Um abraço fraterno!! Felicidades!

Angelo José Cartelli Junior.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

CONFIANTES NA AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

“Para que os cristãos no Laos, no Camboja e em Mianmar, que encontram frequentemente grandes dificuldades, não desanimem para anunciar o Evangelho aos seus irmãos, confiando na força do Espírito Santo”.

Comentário à Intenção Missionária indicada pelo Santo Padre para o mês de setembro de 2009

Durante os 20 séculos de história da Igreja calcula-se que cerca de 43 milhões de cristãos foram martirizados. A metade deles foi morta no século passado, justamente no período que pretendeu caracterizar-se pela sua tolerância. Ainda em nossos dias, em diversas regiões do mundo, os cristãos encontram muitas dificuldades para viver e testemunhar a sua fé, sofrendo opressões, violências, limitações, chegando a derramar o seu próprio sangue pelo nome de Cristo.
A intenção missionária deste mês convida-nos a voltar o nosso pensamento especialmente para três nações do grande continente asiático, o Camboja, o Laos e Mianmar, onde mesmo percebendo-se sinais de liberdade, a Igreja continua a sofrer os efeitos da perseguição religiosa do século passado ou é discriminada em relação a outras religiões.
Quando ficamos sabendo que os nossos irmãos sofrem diariamente por serem católicos, custamos a acreditar, mas os fatos acabam por provar isso. Esses irmãos são um ótimo remédio para a nossa fé, muitas vezes medíocre e acomodada. É verdade que alguém ama realmente quando está disposto a sofrer por aquilo que ama. Eis porquê a perseguição e o martírio continuam a ser testemunhos de amor heróico de alguns membros do Corpo de Cristo. João Paolo II, na Exortação apostólica Ecclesia in Asia, afirma: “exorto os irmãos e as irmãs destas Igrejas que vivem em circunstâncias difíceis a unir os seus sofrimentos aos do Senhor crucificado, pois nós e eles sabemos que somente a Cruz, quando levada com fé e amor, é caminho para ressurreição e a vida nova para a humanidade” (Ecclesia in Asia, n. 28).
A efusão do Espírito Santo e fruto da cruz de Cristo, e do mesmo modo, o Espírito conduz e guia para a cruz. Ele dá força e robustez com a sua presença vivificante à vontade dos homens que amam e que passam as suas vidas buscando agradar a Deus em tudo.
Devemos pedir insistentemente o dom da força para os nossos irmãos. Este dom é um impulso sobrenatural que dá vigor à alma não somente nos momentos dramáticos como aqueles de martírio, mas também nas habituais condições de dificuldade: na luta para serem coerentes com os próprios princípios; em agüentar as ofensas e os ataques injustos; na perseverança, inclusive nas incompreensões e nas hostilidades, no caminho da verdade e da honestidade. Nessas condições, não é fácil apresentar a mensagem cristã. A tentação de um silêncio traidor, às vezes insinua-se para evitar o sofrimento. Porém, o amor é sempre maior do que o medo.
Devemos rezar pelos nossos irmãos para que neles se tornem realidade as palavras de São Paulo: “Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10). Esta força que vem do sofrimento é um dom de Cristo no seu Espírito. Este testemunho de coragem e de fidelidade em meio às perseguições tem uma força apostólica imensa.
Papa Bento XVI recordou, “com uma especial proximidade espiritual, os católicos que mantêm a sua fidelidade a Cristo e à Sé de Pedro sem ceder a compromissos, às vezes pagando com grandes sofrimentos. Toda a Igreja admira o exemplo deles e reza para que tenhamos a força de perseverar, sabendo que as suas atribulações são fonte de vitória, mesmo que no momento possam parecer um fracasso” (Ângelus de26 de dezembro de 2006).
Podemos estar certos, baseados na palavra de Jesus, que se pedirmos com o coração, receberemos. Rezemos o Espírito Santo para os nossos irmãos: que os apóie na dor, nas dificuldades e na perseguição, a fim de que possam ser testemunhas do amor de Deus e da sua paz.

Fonte: Agência Fides